36,8% é o que concentra de famílias na extrema pobreza no Nordeste e mesmo assim o governo Bolsonaro liberou 75% do investimento social para o Sul e Sudeste

A perseguição eleitoral que Bolsonaro faz ao nordeste brasileiro chegou no limite da decência humana nesse dia 05 de março, quando o governo cortou quase todos os recursos sociais do programa Bolsa Família para o nordeste, liberando apenas 3% do seu valor.

Segundo o Ministério da Cidadania a região nordeste possui hoje cerca de 36,8% da sua população dentro da extrema pobreza, ou seja 939,6 mil famílias (com renda familiar per capita abaixo dos R$ 89 mensais), e em todo o Brasil, são 2,39 milhões de famílias. O Sul e Sudeste que foram as prioridades de Bolsonaro receberam sozinhas 75% de todo o investimento do programa, para se ter uma ideia o estado de Santa Catarina governado por Carlos Moisés (PSL) recebeu o dobro do repasse, mesmo o estado tendo a população oito vezes menor que a nordestina.

Segundo o portal Terra/Estadão as informações oficiais do governo que exibem dados da serie histórica do programa, mostra que o governo retirou do nordeste para beneficiar o sul e sudeste.

Retaliação ao Nordeste após Eleições 2018

Nas eleições presidenciais de 2018, a Região Nordeste foi a única que votou majoritariamente no candidato do PT, Fernando Haddad. No segundo turno, o petista teve 69,7% dos votos válidos contra 30,3% de Bolsonaro. Nas demais regiões, o atual presidente foi o vencedor. No Sul, conseguiu a maior vantagem: 68,3% contra 31,7% de Haddad.

Após a eleição, Bolsonaro disparou uma série de ofensas, preconceito e ameaças contra o povo nordestino.

Corte de investimentos no Nordeste aumenta a pobreza

Os cortes no Bolsa Família do Nordeste fortalecem a campanha para o empobrecimento da população que segundo o IBGE noticiou em 2019 o aumentou da pobreza extrema que passou de 9% para 13,5% da população Brasileira. Os cortes ao Nordeste não param no Bolsa Família, Bolsonaro logo no início do seu mandato bloqueou novos empréstimos da Caixa Econômica Federal para a região, ação que desencadeou um sucateamento no programa Minha Casa Minha Vida, nos corte ao investimento em educação a maioria foi retirado do ensino fundamental, médio, das universidades e Institutos Federais, da saúde foram bloqueados repasses com promessa de reposição que não aconteceu.

"Os números mostram um favorecimento no pagamento do benefício aos eleitores de regiões fiéis ao presidente Bolsonaro. Cabe aos presidentes da Câmara e do Senado pedir explicações para manter a eficácia do programa", criticou o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Para o economista Pedro Fernando Nery, é recomendável que o governo tenha "alguma justificativa técnica plausível" para a disparidade entre as regiões. "Se não tiver, acho que passa do limite da discricionariedade política e entra numa esfera perigosa de discutir a legalidade. Não é uma discricionariedade que nenhum gestor tem a de prejudicar uma determinada região", diz.

Em nota, o Ministério da Cidadania afirma que o processo de concessão de benefícios é "impessoal e realizado por meio de sistema automatizado que obedece ao teto das verbas orçamentárias destinadas ao programa"

 

*Texto escrito com infrmações das Agencias e Portal Terra, foto ilustrativa da internet