O Diário do Centro do Mundo e O Invertebrado divulgaram nesse domingo, 29/09, que o sargento da Força Aérea Brasileira (FAB), Manoel Silva Rodrigues, que se encontra preso na Espanha, acusado de transportar 39 quilos de cocaína no avião do presidente, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), está travando uma luta na Justiça pelo direito de contar a sua versão dos fatos à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, presidida pelo filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Segundo o militar, Eduardo tem ignorado todos os seus pedidos para falar do caso e a publicação do dia, 09/09, do Diário Oficial da Justiça do Distrito Federal, confirma a censura ao esclarecimento dos fatos.

O ex-membro da comitiva de Jair Bolsonaro, no dia 10 de julho deste ano, Eduardo, chamado de 03 por seu próprio pai, convidou representantes do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência e da FAB para se manifestarem sobre os fatos ocorridos na aeronave presidencial, nos quais Manoel Silva Rodrigues foi acusado de tráfico de drogas.

O militar, por meio de seus advogados, argumenta que tem o direito de falar perante à referida Comissão como assegura a lei.

No processo judicial que move contra Eduardo Bolsonaro, ele afirma ter enviado vários e-mails ao deputado que não respondeu.

Os advogados do militar preso falaram que não restou outra alternativa a não ser acionar a Justiça para que seu cliente pudesse ser ouvido. O processo tem colocado medo nos membros do Gabinete de Segurança Institucional que tem respondido a imprensa que o militar está dizendo inverdades a respeito do caso.

Nem Eduardo e nem da Primeira Vara Cível de Taquatinga (DF), Cristina Brasil Barbosa Ferreira, que julgou o caso, atendeu o pedido para ser ouvido. A desculpa tem sido que “o militar não tem urgência para se manifestar sobre o caso, muito menos na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, que não tem a função de julgar criminalmente o episódio”, disse Cristina.

O travamento do caso proporcionado pelo deputado, Eduardo Bolsonaro, força o sargento a ingressar com um recurso na segunda instância da Justiça, além de insistir nos pedidos por e-mail ao deputado do PSL para soma sua versão ao inquérito que corre sob sigilo na FAB.

Mandamos e-mail e ligamos para o gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro que não se manifestou sobre o caso.