A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, anunciou nesta quinta-feira (24) que “a China apoia os esforços feitos pelo Governo venezuelano para proteger a soberania, a independência e a estabilidade do país”. Com a declaração, o governo chinês se une à Rússia e à Turquia contra a tentativa de golpe contra o governo Nicolás Maduro.
“Esperamos que a Venezuela e os Estados Unidos possam se respeitar e tratar um ao outro com igualdade, e lidar com suas relações baseadas na não interferência nos assuntos internos de cada um”, disse Chunying, acrescentando que todos os envolvidos no conflito devem buscar uma solução política para o caso por meio “do diálogo pacífico dentro da enquadramento da Constituição venezuelana”.
Na última década, a China destinou à Venezuela US$ 65 bilhões em empréstimos, recursos e investimentos. A Venezuela deve mais de US$ 20 bilhões aos chineses.
“Quero salientar que as sanções ou a interferência externa costumam complicar ainda mais as situações e não contribuem para resolver os verdadeiros problemas”, disse a responsável numa conferência de imprensa em Pequim.
O presidente eleito da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na tarde desta quarta-feira (23) o corte total de relações diplomáticas e econômicas com os Estados Unidos e deu o prazo de 72 horas para que o corpo diplomático norte-americano deixe o país.
A medida é uma reação à nova tentativa de golpe na Venezuela amparada pelo apoio de Donald Trump e Jair Bolsonaro, que declararam oficialmente reconhecer o líder oposicionista Juan Guaidó que, durante um comício, se autoproclamou presidente.
Simulando uma cerimônia de posse em um palanque com a presença de militantes contrários ao governo, Guaidó mencionou artigos da Constituição e pediu a mobilização da população.
“Assumo a responsabilidade sob o artigo 333 e 350 da Constituição. Juro assumir o compromisso da não violência. Hoje, 23 de janeiro, juro assumir formalmente as competências do Executivo Nacional como presidente encarregado da Venezuela para alcançar o fim da usurpação”, disse o deputado.
Com informações do Valor Econômico e do Público.