Data lembra promessa da criação do Estado palestino, nunca cumprida e debate com o jornalista Breno Altman sobre o genocídio que o governo sionista de Israel faz em gaza.
A partir desta sexta-feira, 29/11, data em que é celebrado o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, manifestações contra o genocídio praticado por Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza acontecerão em todo o mundo durante o final de semana.
A data é lembrada desde 1977 para lembrar a Resolução 181 sobre a Partilha da Palestina, adotada pela Assembleia Geral da Organização da Organização das Nações Unidas (ONU) em 29 de novembro de 1947.
O texto da Resolução da Partilha prevê o estabelecimento na Palestina de um “Estado judeu” e um “Estado árabe” com Jerusalém sob um regime internacional especial. Dos dois Estados a serem criados sob esta resolução, apenas Israel foi contemplado e o Palestino não.
Prometendo impedir o Hamas de se reagrupar no norte de Gaza, Israel iniciou em 6 de outubro uma intensa operação aérea e terrestre em Jabalia e depois a expandiu para Beit Lahia.
“Estamos vivendo em um filme de terror da vida real, a situação é indescritível, os bombardeios israelenses não param, nem no ar nem no solo”, disse à AFP Umm Ahmad Lubbad, 52 anos, de Beit Lahia.
Hossam Abu Safiyeh, diretor do Hospital Kamal Adwan, no norte do país, descreveu a situação do povo palestino como “trágica e muito difícil”. “A ocupação (Israel) não permite que nada seja trazido para a área. Os alvos não pararam ao redor do hospital”, disse.
O hospital palestino é um dos dois únicos que ainda estão funcionando, e apenas parcialmente, na região ao norte da Cidade de Gaza. Os hospitais no território palestino foram atingidos várias vezes desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque sem precedentes do grupo militante a Israel em 7 de outubro de 2023.
Uma investigação da ONU divulgada em outubro acusa Israel de atacar intencionalmente instalações de saúde, como hospitais, tendas de atendimento e de matar integrantes de equipes de Saúde em Gaza. Em novembro, um comitê especial da ONU declarou que os métodos de guerra utilizados por Israel na Faixa de Gaza “correspondem às características de genocídio” e que as autoridades israelenses “têm apoiado publicamente políticas que privam os palestinos das necessidades vitais mais básicas”, incluindo alimentos, água e combustível.
Na quinta-feira (28/11) manifestantes pró-Palestina interromperam o desfile do Dia de Ação de Graças em Nova York para protestar contra o genocídio e pedir o embargo de armas a Israel foram detidos pela polícia estadunidense. Em São Paulo (SP), o Armazém do Campo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realizou o “Sarau Palestina Livre”, com atividades culturais e gastronômicas para celebrar a data.
Confira a agenda de protestos em apoio ao povo Palestino do final de semana:
Brasil
Na sexta-feira, 29/11, em São Paulo, o restaurante Al Janiah terá atividades a partir das 19h relacionadas à data. Às 20h acontecerá no espaço uma mesa de debate com a participação de Ahmad Sa´di (convidado internacional, professor e pesquisador palestino), Arlene Clemesha (USP), Reginaldo Nasser (PUC-SP), Mohamad el Kadri (Fórum Latino-Palestino), Soraya Misleh (Frente Palestina SP), Rawa Al Sagheer (Samidoun), Daniela Fajer (Vozes Judaicas por Libertação), Bruno Huberman (Vozes, a confirmar).
No sábado, 30/11, uma marcha se reunirá na Avenida Paulista a patir das 15h em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) para pedir o rompimento das relações entre o Brasil e a ocupação israelense, o fim do genocídio em Gaza e o apoio à resistência palestina.
“Hoje estamos vendo o massacre e a limpeza étnica contra o povo palestino diante de nossos olhos tomando proporções ainda mais violentas. O que nossos pais e avós viveram em 1947 e 1948 continua até hoje, porém dessa vez trata-se de um genocídio televisionado”, diz a convocatória do ato.
No domingo, 01/12, uma manifestação Manifestação em Apoio ao Líbano e à Palestina será realizada a partir das 10h na Praça da Paz em Foz do Iguaçu (PR), organizada pelo Comitê Municipal de Apoio à Palestina e Centro Brasileiro de Solidariedade Aos Povos e Luta Pela Paz (Cebrapaz), entre outras organizações locais.
Portugal
Na sexta-feira, 29/11, uma manifestação está convocada para as 18h em frente à Embaixada de Israel, em Lisboa. Em Braga, haverá nessa data uma Celebração da Cultura Palestina na Vigília Semanal das 22h às 0h em frente à Brasileira.
No sábado (30/11), a concentração está marcada para as 15h no Largo do Camões, – Contra a Impunidade, pela Justiça, Palestina Sempre.
Venezuela
Nesta sexta-feira, 29/11, a Venezuela sedia a “Conferência Internacional em Solidariedade da Venezuela à Palestina: Viveremos e Venceremos), com a participação do presidente Nicolás Maduro.
Exposição fotográfica “Um ano do genocídio. Um ano de resistência
Pela manhã, ocorreu o anúncio de abertura da exposição fotográfica “Um ano do genocídio. Um ano de resistência”, que mostra as manifestações pró-Palestina nos Estados Unidos, o maior apoiador financeiro e militar para a violência de Israel.
O dia também conta com painéis. Das 9h30 às 11h, a mesa de debate foi intitulada “A Resistência: Solidariedade e luta nas ruas e na comunicação”.
Das 11h às 12h30 debateu-se “O sionimso no mundo – uma ideologia de morte”. Esta conversa conta com a participação do jornalista e fundador de Opera Mundi, Breno Altman.
Pela tarde, o evento traz testemunhos da violência genocida com um sobrevivente da Faixa de Gaza. Das 15h30 às 17h, o terceiro painel do dia aborda “A contraofensiva internacional contra o genocídio: Do direito internacional à mobilização popular”.
Às 17h um ato cultural tem início, levando à conferência central do dia, que leva o tema “A luta comum contra o fascismo, o imperialismo e o sionismo no mundo de hoje”. O encerramento conta com a presença de autoridades políticas da Venezuela, em especial o presidente Nicolás Maduro.
Reprodução: Opera Mundi (*) Com Brasil de Fato