Jair Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal (PF) no caso das joias, que pode resultar em uma pena de até 32 anos de prisão caso seja condenado, provocou uma série de reações entre seus filhos. O silêncio do ex-presidente sobre o assunto foi quebrado por manifestações contundentes de Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro na noite de quinta-feira, 04/07.

Carlos Bolsonaro, vereador pelo PL-RJ, foi o primeiro a se manifestar nas redes sociais. Conhecido por sua atividade online intensa, Carlos, ou "Carluxo", direcionou ataques à PF, expressando sua indignação.

"Eu tenho vergonha dessa 'Polícia Federal'! Por que a tal 'direita sensata' não dá um pio? As variantes de ação para uma hora encaixar continuam a todo vapor!", publicou em uma primeira postagem, evitando referir-se diretamente ao inquérito das joias.

Em postagens subsequentes, Carlos Bolsonaro fez duras críticas à PF e aludiu ao indiciamento de seu pai. Compartilhando uma matéria do perfil apócrifo "Pavão Misterioso", que alegava suposto "extravio de bens da União na era do PT", ele escreveu:

"O sistema é bruto e seus vassalos são piores ainda! Onde não há caráter, não há justiça".

Em outra publicação, também do "Pavão Misterioso", Carlos mencionou o inquérito que investiga a falsificação do cartão de vacinação de Jair Bolsonaro, outro motivo de indiciamento do ex-presidente.

"É nojento! É covarde! É o reflexo do que estão fazendo com o Brasil!", exclamou.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também expressou seu descontentamento, afirmando que seu pai está sendo alvo de uma "perseguição escancarada". Em uma publicação nas redes sociais, Flávio declarou:

"A perseguição a Bolsonaro é declarada e descarada! Alguém ganha um presente, uma comissão de servidores públicos decide que ele é seu. O TCU questiona e o presente é devolvido à União. Não há dano ao erário! Aí o grupo de PFs, escalados a dedo pra missão, indicia a pessoa".

Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL-SP, optou por compartilhar a publicação de seu irmão Flávio, adicionando:

"Tudo o que você precisa saber sobre joias".

Além dos filhos de Bolsonaro, o ex-assessor de Comunicação Fabio Wajngarten, que também foi indiciado no inquérito das joias, se pronunciou sobre o caso. Atuando como advogado de Jair Bolsonaro, Wajngarten utilizou as redes sociais para fazer sua própria defesa. Notavelmente, ele não negou que o ex-presidente tenha liderado o esquema de subtração e venda de bens da União, nem buscou defendê-lo ativamente.

Cadeia a vista: Bolsonaro indiciado e em silêncio, filhos se pronunciam
Fabio Wajngarten, também indiciado no caso das joias, se defende nas redes sociais sem negar que Bolsonaro liderou o esquema e sem tentar defendê-lo ativamente

"Vazamentos anteriores da própria PF demonstraram cabalmente que eu jamais participei de qualquer negociação em torno da compra e venda dos presentes, que aliás só soube deles pela imprensa. Repito que apenas dei uma orientação jurídica para a devolução deles ao TCU, o que foi feito. Como assessor de imprensa e advogado do ex-presidente da República busquei informações com alguns auxiliares e ex-auxiliares dele sem jamais – repito, sem jamais – participar de qualquer tipo de negociação", afirmou Wajngarten.

Bolsonaro indiciado sente que prisão pode estar próxima

O indiciamento de Bolsonaro e a subsequente reação de seus aliados destacam a polarização política no Brasil e o impacto contínuo das ações judiciais sobre figuras públicas de alto escalão. O caso das joias, que envolve a suposta apropriação indevida e venda de bens da União, adiciona mais um capítulo à tumultuada carreira política de Jair Bolsonaro.

As repercussões deste indiciamento são complexas e profundas, afetando tanto a imagem pública do ex-presidente quanto a dinâmica interna de seu círculo de aliados e familiares. As declarações de seus filhos, cheias de indignação e acusações de perseguição política, refletem a tensão crescente entre o clã Bolsonaro e as instituições de justiça brasileiras.

Em um cenário onde a política e a justiça frequentemente se entrelaçam, o caso das joias serve como um ponto focal para debates sobre corrupção, impunidade e o papel da lei no combate aos crimes cometidos por figuras públicas. A postura dos filhos de Bolsonaro e de Fabio Wajngarten frente às acusações reforça a narrativa de perseguição, enquanto as investigações da PF buscam esclarecer a extensão e os detalhes do suposto esquema criminoso.

Aguardam-se novos desdobramentos no caso, com possíveis impactos nas futuras eleições e na trajetória política dos envolvidos. O indiciamento de Bolsonaro marca um momento crucial na política brasileira, destacando as tensões entre os poderes e a importância da transparência e da justiça no processo democrático.

Enquanto isso, o público brasileiro acompanha atentamente os acontecimentos, divididos entre o apoio fervoroso ao ex-presidente e a defesa das investigações conduzidas pela PF. Este caso não apenas moldará a percepção de Jair Bolsonaro, mas também influenciará o debate sobre ética e responsabilidade na política brasileira.

As redes sociais continuam a ser um campo de batalha, onde apoiadores e críticos de Bolsonaro expressam suas opiniões e reações. As palavras de Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, juntamente com a defesa de Wajngarten, ilustram a complexidade e a intensidade das emoções envolvidas.

O desenrolar deste caso será crucial para o futuro político do Brasil, com implicações que vão além do destino de Jair Bolsonaro. A busca por justiça e a luta contra a corrupção são temas centrais que continuarão a definir o cenário político nacional nos próximos anos.