Por Roberto Tardelli
Nas redes sociais, a todo momento chega uma convocação, para todos irmos às ruas para exigir o impeachment da Presidenta da República. É agora ou nunca, moçada: os baixos índices aprovação nas pesquisas do IBOPE, a economia em crise, a PETROBRAS bombando no Jornal Nacional todos os dias, sangrando em praça pública, políticos acuados, uma Justiça irada, lançando suas pragas a todos que consegue alcançar, a sensação de que tudo está ruindo a seu lado, a falta de água, São Pedro teria confirmado sua presença, o porto em Cuba, proibido fazer xixi na rua no Carnaval, polícia baixando o sarrafo e mandando bala, ciclovias caríssimas, uma refinaria de petróleo comprada a preço de uma refinaria de ouro, sete a um, Anderson Silva estava mesmo chapado? Xuxa indo pra Record, dólar deixando Miami mais distante, Paola Oliveira é única boa notícia do Ocidente, os EUA descobriram que a Rússia ainda respira e isso parece ser muito grave, o Estado Islâmico consegue ser pior que o PCC (ou empata) e deve ser demolido, pelos USA ou pela ROTA, é de quem chegar primeiro, enfim. Tudo somado, a culpada, claro, é a presidenta.
Decididamente, as coisas vão mal. Gays estão se casando à luz do dia, não mais perante testemunhas, mas convidados e, desafiadores, fazendo festa. Temos programas de transferência de renda e isso impede ou dificulta a contratação de empregadas domésticas, que, não satisfeitas, começaram a ter direitos trabalhistas somente destinados a humanos. O índice de mortalidade infantil desabou, isso é bom, mas pode ter sido à custa da contratação de comunistas disfarçados de médicos, vindos de Cuba, isso é mal. É péssimo. É horrível e pode fazer com que as populações interioranas e ribeirinhas se revoltem contra o Capitalismo e façam uma revolução camponesa.
Uma gente horrível começa a falar em uma reforma tributária sangrenta para a sociedade ordeira: é preciso extinguir os impostos indiretos (IPI, ICMS, essas paradas), tremendamente injustos, porque a faxineira e a patroa pagam o mesmo ICMS pela lata de óleo (teoricamente, porque a patroa jamais compraria o óleo da faxineira; aliás, patroa que é patroa não compra, manda a faxineira comprar). Uma gente exótica começa a falar em aumentar impostos de herança, criar finalmente o imposto sobre as grandes fortunas, aumentar em padrões comunistas espanhóis ou alemães a alíquota do imposto de renda na fonte. Isso beiraria alguma coisa americana, mas de lá queremos apenas Miami e a pena de morte, além de Halle Berry e Rihana. O caos se aproxima perigosamente.
Pior, mulheres desocupadas, gays, comunistas de novo (sempre eles), andam falando por aí em descriminalizar aborto e drogas. Será o fim. Se essa presidenta deixa essa turma falando livremente, é porque concorda. Terrorista, ela assaltou bancos na vida. Agora, quer dissolver as famílias na luxúria e no vício. Estamos perdidos.
No Direito, antes ocupado por brasileiros responsáveis, começam a surgir, aqui e ali, um pessoal de Direitos Humanos. Por incrível que pareça, falam em dignidade humana para criminosos, ladrões, estupradores e assassinos. Fazem arzinho superior e só querem saber de soltar bandidos. Bandido bom é bandido morto, simples assim. Desenterraram os defuntos da Revolução de 64, contaram a história deles, dos que roubaram bancos, dos que ameaçavam o país tropical, abençoado por Deus. E quem estava entre eles? Ela!!
Um primo meu me disse que um amigo dele que conhece uma pessoa no MEC falou que no ano que vem a cadeira de História do Brasil será História do MST. Outro, um vizinho meu que trabalha no mercado de ações, disse que o Brasil e Venezuela, onde o povo sofre com uma ditadura estranhamente meio aliche meio mozzarella, vão abolir suas fronteiras e a lei venezuelana vai valer aqui dentro. E que todo Centro Espírita vai ter se que chamar Pai Chavez, que vai ter preferência para se manifestar, antes de qualquer mesa branca, que passará a ser vermelha!!! Tudo a partir do ano que vem. Vão ensinar cubanês nas escolas públicas.
Só não vê quem se recusa a enxergar o óbvio. Nesses dias, de ateísmo pagão, de entrega do solo brasileiro ao comunismo, de corrupção em níveis bilionários na petrobras, com pessoas defendendo essa coisa louca de legalizar, liberar, estimular o uso da maconha e outras drogas e criar a bolsa-nóia, de permitir o aborto, de bater palminhas para casamentos que afrontam nossa melhor tradição, de proibir palmadas nas crianças, para criar um país de pentelhos desobedientes, quem não não for a favor do impeachment, merece apanhar de vara.
E nem venham com esse discurso de terceiro turno. A eleição foi ganha nas profundezas do analfabetismo, já disse nosso Grande Mestre. Fosse nosso povo igual ao dos Estados Unidos, igual ao da Disney (gente, tudo funciona lá!!), queria ver se essa farra continuava. Quem ganhou a eleição, comprou o voto. Um país cresce pelo trabalho, pela meritocracia, pela prevalência dos bons, prevalece porque tem ordem, porque tem lei que pune, ora essa. Que país, respondam, esquerdóides!, sobrevive sem um xilindró amargo para os recalcitrantes? E os direitos humanos das vítimas? É só os direitosdosmano? Em São Paulo, tem bolsa-travesti. Não deixem as crianças saberem disso, porque vão, as mais fraquinhas, querer ser isso, para ganhar dinheiro sem trabalhar. Uma família com cinco travestis, por exemplo, recebe mais que um trabalhador que cumpre sem reclamar com seus deveres e que nunca pensou ser travesti. Botem a pena de morte e verão como vão ficar espertos, igual na China, a família paga as balas do fuzilamento. Quem mandou educar filho torto? Quem ganhou a eleição, fez o discurso do bonzinho, ou melhor, da boazinha, da tiazona que distribui grana a rodo pra sobrinhada vagabunda. Se falasse, no meu governo vagabundo vai ter que trabalhar, preso vai ter que trabalhar, menor bandido vai ter trabalhar, quero ver se ia ter os votos que teve. Ia nada. Ficou inventando historinha pra boi dormir. Ganhar assim, não vale.
Ó: conheço um monte, mas um monte de gente que votou no Aécio, apertou Aécio, mas aparecia Ela!! E que história é essa de voto do Acre valer a mesma coisa que voto de São Paulo? Os caras lá no Acre elegeram Ela. Se foi assim, Ela que vá ser governadora do Acre, pombas! O Brasil é tão inacreditável que o Acre decide uma eleição presidencial. Todo mundo fazendo festa, estourando champanhe, cerveja gourmet e vem o Acre pra azedar tudo, vê se pode! É mais ou menos o Real Madri perder uma Champions League com de zagueiro que saiu do XV de Jaú.
Para culminar, a jabuticaba podre do bolo de fubá dessa gentinha, eles estão com Lei de Cotas para todo lado. Descobrimos o Brasil-Negão, o Brasil-Negona! Tudo ia bem, a turma mais clarinha resolvendo as paradas com classe, com estilo, tomando um belo Merlot e chega esse povo pobre, de bunda quadrada de busão, de escola pública, que nem sabe o que é um Nespresso e quer chegar mandando!
O voto bom, do povo certo, da turma bacana, esse não foi pra ela. Esse era o voto que valia.
Nosso Grande Líder já deu o sinal verde. Nosso Grande Jurista diz que pode, sim, ter essa bagaça culposa. Primeiro impeachment culposo do planeta Terra. A tia não cuidou das coisas direito. É nóis na fita, mano! Não é assim que eles falam?
Por isso, dia 15 de março, vamos lá. Todos nós. Vai ter estacionamento próprio, pra ninguém ser obrigado a dar dinheiro para flanelinha folgado e que recebe bolsa-alguma coisa. Passeata bonita, sem criança remelenta, sem povo unido jamais será vencido, nada disso. Só gente bonita, gente branca, bem vestida. Uma manifestação que vai ser cívica e fashion. Vamos organizar as fileiras por ordem alfabética, assim, fila da frente, a turma de Gucci, depois, o pessoal de Prada, aí, vem a ala dos amigos de Lacoste (essa teve liquidação em dezembro), as meninas de Le Boutin, e, fechando, gloriosos, o pessoal de Vuitton. Morram de inveja, pobraiada!!
Queremos o poder de novo; a gente somos povo!!
The winter is coming, Dilma!!
A organização avisa para cada um levar sua água. Quem trouxer mais de cinco litros, ganha emprego na Sabesp. Nada, nada, é um a mais para trocar por umas doletas e gastar com a patroa num outlet da hora em Miami.
Impeachment já!