Na tarde de 18 de janeiro de 2022, uma nuvem cúmulo-nimbo parecida com um OVNI atraiu a atenção na capital federal

Após a curiosa formação no céu apresentada no último fim de semana em Ubatuba (SP), outra chamou a atenção dos brasilienses na tarde desta terça-feira (18/1). Desta vez, porém, a imagem aparente não envolvia a peculiar composição de nuvens, céu limpo e montanhas observada no litoral norte paulista. Ela era formada apenas por fenômenos atmosféricos: uma imensa nuvem cúmulo-nimbo, que parecia transpor para o alto a cúpula convexa da Câmara Federal. Ou, na interpretação de outros, tratava-se de um imenso objeto voador não identificado (OVNI). Ou ainda uma bomba atômica, propuseram moradores da capital federal em tom de brincadeira.

Não era um Ovni

Um cúmulo-nimbo ou, em latim cumulonimbus, é um tipo de nuvem caracterizada por um grande desenvolvimento vertical. Tipicamente, surge a partir do desenvolvimento de cúmulos que, por ação de ventos convectivos ascendentes, ganham massa e volume e passam a ser cumulus congestus e, no auge de sua evolução, torna-se um cúmulo-nimbo, quando atingem mais de quinze quilômetros de altura. Uma de suas principais características é o formato de bigorna que forma-se em seu topo, resultado dos ventos da alta troposfera. Tipicamente produzem muita chuva, principalmente durante os meses mais quentes do ano. Nuvens isoladas possuem ciclo de vida médio de uma hora. Classificam-se em dois tipos principais, cuja diferença é o seu formato superior, enquanto que características peculiares ganham denominações especiais.

Este tipo de nuvem frequentemente associa-se a eventos meteorológicos extremos, como a ocorrência de tempestades com muitos raios e chuva volumosa, além de granizo e neve. Podem ocorrer isoladas, em conjunto (formando multicélulas) ou associadas à frentes. Um cúmulo-nimbo, ao atingir o extremo de seu desenvolvimento, forma uma supercélula que, por sua vez, é responsável por eventos extremos, como fortes chuvas de granizo, muitos raios e tornados.