Este discurso foi adotado pelos militares na época, para impor pela força os anos de chumbo. Apresentamos aqui três questões que mostram como ela foi entreguista e totalmente dependente do imperialismo:
I - "Operação Brother Sam", apoio militar dos Estados Unidos ao golpe
A América Latina tornou-se o quintal dos EUA desde o fim da segunda guerra mundial, até hoje é assim. Quando as massas trabalhadoras e camponesas da América Latina resolveram questionar esta subserviência, os Estados Unidos financiou golpes em todos os países, incluindo o Brasil.
A Operação Tio Sam, deflagrada em 31 de Março de 1964, deslocou tropas da marinha norte americana para a costa brasileira. O objetivo não era realizar o próprio golpe, que já estava em andamento, mas sim intimidar a resistência caso ela ocorresse. Um porta-aviões, cem toneladas de armas leves, um navio transportando e 50 helicópteros chegariam à costa brasileira.
II - "Escola das Américas", Operação Condor, Brasil importa técnicas de tortura da CIA
No final dos anos 60 e início dos 70, a Operação Condor foi estabelecida para perseguir, torturar e eliminar qualquer um que se levantasse contra as ditaduras sangrentas da América Latina. Especialistas militares ligados à CIA ensinaram os métodos de tortura aos agentes do DOPS. Um dos centros de difusão da tortura foi a Escola das Américas, mas a própria Embaixada Americana no Brasil ensinou diversos agentes policiais através do agente disfarçado de Embaixador, Dan Mitrione, que ensinava a tortura dando demonstrações de suas técnicas usando moradores de rua e mendigos.
III - Endividamento com bancos estrangeiros
Para pagar as obras faraônicas e a corrupção que rolou solta durante a Ditadura, os militares contraíram bilhões em dívida externa. Nada poderia ser questionado, já que não tinha liberdade de imprensa e ninguém era votado. Todo esse endividamento, muito bom para os EUA e os países imperialistas, são pagos até hoje pelos brasileiros através da dívida pública.
Reprodução: Jean Barroso | O Esquerda Diário