Em 21 de abril de 1792, era enforcado e esquartejado na cidade do Rio de Janeiro, Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira e herói nacional.

Nascido na Fazenda do Pombal (MG), Tiradentes ficou órfão muito cedo, fato que levou à perda do patrimônio familiar por meio de dívidas e estudos irregulares. Ele era supervisionado por um primo que era cuidador de dentes profissão que Joaquim aprendeu a exercer também, daí o apelido de Tiradentes. Com o passar do tempo o jovem Joaquim adquiriu conhecimentos de mineração e tornou-se técnico para levantamento de terras e exploração dos seus recursos. Trabalhava para a Monarquia do Brasil que escoava as riquezas do Brasil para Portugal enquanto a população sofria na mais extrema pobreza.

Ao ver de perto toda a corrupção que fazia o povo brasileiro sofrer, Tiradentes se politizou por não ver outro caminho para mudar a realidade do Brasil, se envolveu em projetos para melhorar a infraestrutura da cidade do Rio de Janeiro, mas não conseguiu obter financiamento para tais projetos.

A partir de então, o ideal de independência começou a flutuar em sua mente, para ele, a metrópole portuguesa parasitava o Brasil. De volta a Minas Gerais, juntou-se às elites locais e lideranças religiosas para lançar uma campanha pela independência do país. Outro fator que o motiva a ser beligerante nesse sentido foi a questão dos impostos cobrados pela família real portuguesa, como o Quinto, uma taxa semestral cobrada dos mineiros que incluia 100 arrobas de prata para a Fazenda Real. A província também fez uma troca de poder, nomeando, Antônio Oliveira Meneses como governador, que beneficiava amigos da elite local.

A traição

O gatilho, no entanto, foi o anúncio de uma cobrança conhecida como “derrama”, medida que permitia a cobrança brutal que tomava bens e prendia quem não tivesse algo de valor para dar a monaquia postuguesa.

Uma força armada estava pronta para lutar pela inconfidência mineira, mas antes que houvesse essa batalha, no dia 15 de março de 1789, o movimento foi traído por: Joaquim Silvério dos Reis, Basílio de Brito Marrero Dorago e Inácio Correa de Pamplona, que delataram tudo para a coroa em troca do perdão de dívidas com a Fazenda Real. Desde então, Tiradentes passou a ser procurado. Ele tentou se esconder na casa de um amigo no Rio, mas foi encontrado no dia 10 de maio, junto com outros denunciados e foram presos. Por mais de três anos os inconfidentes esperaram sua condenação pela acusação de "lesa-majestade".

Enforcamento e esquartejamento de Tiradentes

Alguns foram condenados à morte, outros sobreviveram após pedidos de clemência serem concedidos pela rainha conhecida como a piedosa e loucaD. Maria I. Apenas a sentença de morte de Tiradentes foi mantida pelo fato dele ter assumiu total a responsabilidade pelo movimento na intenção de livrar seus companheiros da morte, iniciativa que a coroa usou como punição exemplar para amedrontar as pessoas a não cometerem o erro de trair o rei.

Numa manhã ensolarada de sábado de 21 de abril, ele foi enforcado e para que o maior número possível de pessoas soubessem da condenação, seu corpo foi esquartejado em praça pública e suas partes expostas em vários pontos do país.

A cabeça foi colocada em uma praça (que hoje tem o nome de Tiradentes) na cidade de Ouro Preto, antiga Vila Rica e durante a noite, ela simplesmente sumiu.

O que sobrou do corpo do Joaquim José da Silva Xavier, foi enterrado em segredo no altar da antiga Capela de Sant'Anna de Sebolas, atual Igreja Nossa Senhora de Sant’Anna de Sebollas, que fica no município de Paraíba do Sul no Rio de Janeiro.

Tiradentes o herói brasileiro assassinado pela Monarquia do Brasil
Tiradentes Esquartejado, originalmente chamado Tiradentes Supliciado, é um óleo sobre tela de 1893 do pintor brasileiro Pedro Américo. Atualmente o quadro se encontra no Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG) - Leia mais sobre a obra aqui!

O Feriado

A quase 200 anos após sua morte e 100 anos do golpe do exército de Marechal Deodoro da Fonseca na Monarquia, em 1965, Tiradentes foi proclamado Patrono Cívico da Nação Brasileira pela Lei 4.867 e é a única pessoa do Brasil homenageada com um feriado nacional na data de sua morte.

 

Reprodução autorizada mediante citação do Portal Cabeça Livre com link