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Nosso querido Brasil
Descoberto por Cabral.
O país do futebol,
Do forró, do carnaval,
Com folclore, lendas, mitos,
Na tradição cultural.
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É arretado e legal
Quando o país tem história.
Com um povo varonil
Mostrando sucesso e glória.
Criando algo importante,
Traçando uma trajetória.
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Nós chamamos de memória
O que o povo conquistou.
Isto fica retratado
Nas ações que se criou.
E de pai passa pra filho
Tudo o que se registrou.
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Mas esse Brasil formou
Outro saco de primores.
Com crendice, lendas,mitos,
E tradições de valores.
Que por aqui foi criado
Quando dos descobridores.
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Tem histórias de horrores
De cortar o coração.
Tem continhos de trancozo
Que servem de gozação.
E tem causos,coisas mil
Fruto da imaginação.
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Mas este belo torrão
Era,pois bem, habitado,
pelos índios e seus costumes.
Com um destino traçado.
Chamado de,erroneamente,
Povo não civilizado.
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De repente,escravizado,
Com disciplinas horrendas,
Massacrado,humilhado,
Em suas ocas e tendas.
E pra assustar os perversos
Criaram mitos e lendas.
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As ações eram horrendas
E índios usam de esperteza.
Sabiam que os intrusos
Com ganância e malvadeza
Iam matar fauna e flora
Judiar com a natureza.
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Entre as ações de defesa
Vale citar uma agora.
Inventaram um ser supremo
Defensor da fauna e flora
Com o nome de curupira
Também chamado caipora.
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Esse mito sem demora
Ganhou fama entre tribais.
Era o protetor das árvores,
da flora e dos animais,
também chamado caiçara,
vingativo até demais.
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Com pés voltados pra traz
Que fazia um rastro falso.
Pra despistar caçadores
Que viviam em seu encalço.
O demônio da floresta
Andava sempre descalço.
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Curupira era um percalço
Deixava o povo perplexo.
Era anão com dentes verdes
Com cabelo desconexo.
No sexo ele era os dois.
Era o côncavo e o convexo.
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Tudo parece sem nexo.
Uma feita um caçador
Usou uma soca-soca
Meteu chumbo com furor.
Deu estouro e ,de repente,
O chumbo virou uma flor.
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Por ser um ser protetor
Da natureza e ser forte.
Pra defender animais
Ele luta e tem suporte.
Fica irado e furioso
Se a caçada é por esporte.
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Na mata o seu transporte
É o amigo porco-espinho,
Chamado porco –do-mato,
Vai montado com jeitinho.
E dando seus assobios
Pra encurtar o caminho.
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Um cachorro malandrinho
Correu atrás de um tatu
Caipora veio em defesa
Fez o maior sururu.
O cachorro apanhou tanto
Fugiu daquele rebu.
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Uma coitada nambu
Tava chocando no ninho
um caçador apontou
a arma devagarinho.
A bicha deu catolé.
Caipora deu seu jeitinho.
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Defensor do coitadinho
Que habita na floresta.
um rolo de fumo e pinga
aí caipora faz a festa.
Mas não mexa nos bichinhos.
Isto aí ela detesta.
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Às vezes, lá na floresta,
caçador fica abismado.
Vê seu cachorro apanhando
Latindo bem do seu lado.
Olha e não enxerga nada.
Vai pra casa acabrunhado.
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Ouve no mato fechado
Um tremendo zuadão.
Procura e não vê ninguém
Pensa que é assombração.
E, perna pra que te quero...!?
Voa que nem avião.
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Vem calafrio,tensão.
Ele perde a estribeira.
Barulhos de todo lado.
Dá logo uma suadeira.
Curupira fica rindo.
Eita bicha presepeira.
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Convém, de certa maneira,
Ao leitor esclarecer.
A origem da palavra
Para melhor entender
Nossa lenda ,nosso mito.
O que isto venha ser.
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A formação quer dizer
Curu que é curumi
E pira por sendo corpo.
Assim sendo eu entendi
Ser um corpo de menino
Guri do mato em tupi..
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Convém explicar aqui
Que não há explicação.
Falar que essa Lenda,mito
É pura imaginação.
Vá saber do camponês
Que vive lá no sertão.
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Visagem,alucinação,
Bicho-de-sete-cabeça,
Papa-figo,lobisomem,
E mais coisa que apareça.
Nossos intelectuais
Não crêem que isto aconteça.
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Balançam logo a cabeça.
Fazem mangofa da gente.
Era bom que o boi-tatá
Aparecesse de repente
E fizesse estripolias
Assim quase bem de frente.
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Foi idéia inteligente,
Tanta astúcia nunca vi.
Criar um ser defensor
Da fauna e flora daqui.
Salve o saci-pererê,
Peri, paixão e Ceci.
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Tudo o que eu escrevi
Desse ser espevitado.
Todo o povo brasileiro
Tem de cor e salteado.
Toda região tem seu
Caipora com seu legado.
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É por isto, meu prezado,
Que eu imploro nesta hora.
Seja grande amante amigo
Dessa vasta fauna e flora
da nossa mãe-natureza
seja um defensor caipora.
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Termino dizendo agora
Faça caiporices tais.
Aceite as lendas e mitos,
As razões dos ancestrais.
Defenda com unhas, dentes,
As tradições culturais.
Poeta Rivamoura Teixeira