Quatro jovens nativos provenientes de um pequeno povoado próximo à cidade de Dourados, em Mato Grosso do Sul, começaram em 2008 a contar os conflitos cotidianos em uma região tomada pela poda ilegal que compromete a forma de vida ancestral.
A ideia surgiu para canalizar as reivindicações e os conflitos da comunidade nativa da maior reserva urbana do Brasil, segundo explicaram os integrantes à Agência Efe.
Há somente dez dias, por exemplo, um líder da mesma etnia, Ambrósio Vilhalva, de 52 anos, foi esfaqueado até a morte em uma região em conflito pela propriedade de terras.
Os rappers denunciam em suas letras o esquecimento, a perseguição e, inclusive, a repressão da cultura originária no Brasil e em boa parte da América do Sul.
"Valorizamos nossa língua. Somos o único grupo indígena no Brasil que faz rap e mistura português com guarani", disse em português em entrevista à Efe Bruno, um dos integrantes do grupo.
Os espetáculos até agora acontecem em cidades grandes do Brasil e do Paraguai, onde o guarani é idioma oficial junto ao espanhol. Presente também em partes de Bolívia, Brasil e Argentina, o guarani é falado por mais de 90% dos paraguaios, de acordo com o último censo local.