Boulos falou em "projeto unitário" antes de nomes. Contudo, Boulos continua em campanha eleitoral, desde 2018. E mais do que isso, o PSOL surgiu e em 2006 lançou Heloísa Helena, que era praticamente uma candidatura golpista. Em 2010, lançou o falecido Plínio. Depois em 2014, lançou a Luciana Genro, que lacrou um "viva a Lava-Jato". O único candidato que não teve postura antipetista foi Boulos em 2018. Mais do que isso: a poucas semanas, mesmo com a bancada rachada, o PSOL lançou Erundina para presidência da Câmara de maneira isolada. Mais do que isso: nas eleições para prefeito do Rio, o PT era o único partido que havia declarado apoio ao melhor nome do campo da esquerda situado nas pesquisas, Marcelo Freixo; dentro do PSOL, Renato Cinco, Babá e outros, puxaram prévias, em uma tese "PSOL sem PT"; Marcelo Freixo desistiu da candidatura e o PT lançou Benedita, negra, evangélica, da periferia. E o PSOL? Em sequência, sumiram os "candidatos" que não queriam o PT, e lançou Renata Souza, candidata com características semelhantes a Benedita.

Boulos falou em "projetos antes de nomes" e lacrosfera cirista já deturpou dizendo que o PT não tem projeto. De fato, o PT não tem um inteligentão como o Ciro, que escreve um livro sobre todas as temáticas: o PT prefere mais modestamente, fazer debates com a sua fundação, a Perseu Abramo, chamando especialistas de cada área, movimentos sociais, mas tem sim projeto nacional. Aliás, testado e aprovado em governo, os melhores governos da nossa História.

Portanto, os que falam tanto em unidade da esquerda, acusando o PT do contrário, para mim não passam de hipócritas. O PSOL tem candidato, e é Boulos, desde 2018. O PDT tem candidato, e é Ciro, eterno candidato desde 1998. Nenhum deles teve críticas quando se colocou. Mas eu entendo o tom da crítica.

Estava interessante surfar no vácuo da não candidatura do PT, especialmente se aproveitando da sacanagem cometida por Moro contra Lula. Este antipetismo doentio de setores do campo da esquerda ajudaram a nos levar a esta encalacrada - eu cansei de ver a esquerda branca de classe média antipetista chamando o PT de "ex-querda", indo para as ruas junto com a direita golpista em junho de 2013, fazendo greves intermináveis contra o governo Dilma (agora não conseguem organizar uma assembleia), chamando o PT de "social liberal" e outras bobagens que leêm do Gustavo Castañon, Nildo Ouriques, Gilberto Maringoni e outros sabidões.

Por Cesar Capitaneo