No caso do KC-390, especificamente, toda a tecnologia embarcada no avião foi desenvolvida com o apoio da Finep e do BNDES. O projeto é resultado de uma estreita cooperação entre a FAB e a fabricante Embraer, além de outros parceiros brasileiros e internacionais.
O acordo entre a FAB e a fabricante brasileira de aviões prevê a aquisição de 28 aeronaves ao longo de dez anos. Além dessa encomenda inicial, foram formalizadas intenções de compra de outros países. Segundo o diretor presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, “o projeto foi provavelmente o maior desafio tecnológico que a empresa já enfrentou em sua história. Estamos verdadeiramente realizados por atingir este importante marco”.
O avião tem 35,20 metros de comprimento e capacidade para transportar até 23 toneladas de carga. Mais de 50 empresas brasileiras participam do projeto, que conta ainda com colaboração da Argentina, de Portugal e da República Tcheca. A FAB utilizará a aeronave para substituir o Hércules C-130, empregado atualmente em operações como missões de busca e reabastecimento de outras aeronaves em voo.
“O KC-390 será a espinha dorsal da aviação de transporte da Força Aérea Brasileira. Da Amazônia à Antártica, a frota de 28 aeronaves terá um papel fundamental para os mais diversos projetos do Estado brasileiro, da pesquisa científica à manutenção da soberania”, afirma o tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, comandante da Aeronáutica.
Para o Ministério da Defesa a produção do avião alia o crescimento da indústria nacional com desenvolvimento tecnológico. Como consequência, foi desenvolvida uma aeronave capaz de levar tropas a qualquer região do País com rapidez e transportar equipamentos militares desmontados, como o novo blindado Guarani, produzido para o Exército Brasileiro.
Inova Aerodefesa
Ao visitar Gavião Peixoto (SP), no ano passado, onde fica o hangar da Embraer, a presidenta Dilma fez questão de afirmar, “sem medo de errar”, que o projeto do KC-390 não é uma experiência isolada de sucesso. Ela listou o programa de submarinos de propulsão convencional e nuclear, o sistema integrado de monitoramento das fronteiras terrestres brasileiras e a construção do satélite geoestacionário para comunicações estratégias.
Todos esses projetos são parte do Inova Aerodefesa, um dos 12 subprogramas do Plano Inova Empresa. O plano integra diferentes ministérios e investiu cerca de R$ 32,9 bilhões em inovação durante os anos de 2013 e 2014. “Inovar para o Brasil é estar à altura do seu potencial”, afirmou a presidenta ao lançar o programa, durante uma reunião geral da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) em 2013.
Para a presidenta Dilma, o Inova Empresa reproduz a fórmula dos programas sociais Bolsa Família eMinha Casa, Minha Vida, que alcançaram sucesso após agregar recursos e ações dispersas do governo, um fato inédito na história da política de ciência e tecnologia brasileiras.
Em 2014, os 91 planos de negócios de 64 empresas líderes aprovados no Inova Aerodefesa resultaram em 315 projetos de pesquisa e inovação nas quatro linhas temáticas do edital: Aeroespacial, Defesa, Segurança e Materiais Especiais.
Ao todo, estão sendo investidos R$ 8,68 bilhões contra R$ 2,9 bilhões disponibilizados inicialmente. Vale lembrar que os projetos podem receber mais de uma forma de apoio não reembolsável. Outra parte dos recursos é repassada na forma de crédito, com juros subsidiados, abaixo dos praticados pelo mercado.
Reprodução: Blog da FAB e Blog do Planalto