O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou hoje que os preços da gasolina e do diesel por litro serão reduzidos para as distribuidoras a partir de amanhã, chegando a R$ 0,40 e R$ 0,44, respectivamente.

O gás de cozinha, conhecido como GLP (gás liquefeito de petróleo), também terá uma redução significativa de R$ 8,97 por botijão.

"Estamos fazendo todos os esforços para minimizar o impacto no preço final para o consumidor. Se todas as outras condições permanecerem estáveis, prevemos que o preço médio da gasolina diminua de R$ 5,49 para R$ 5,20 por litro, e o diesel S10 de R$ 5,87 para R$ 5,18", afirmou Prates aos jornalistas.

Além disso, espera-se que o preço do botijão de gás fique abaixo de R$ 100 pela primeira vez desde outubro de 2021. O presidente da estatal prevê que o preço médio alcance R$ 99,87.

Em comunicado à imprensa, a Petrobras explicou que suas estimativas de preços levam em consideração as misturas obrigatórias de cada combustível. Por exemplo, o diesel S10 é composto por 88% de diesel e 12% de biodiesel, enquanto a gasolina tipo A é composta por 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro.

"A redução de preços da Petrobras tem como objetivo principal manter preços competitivos em relação às principais alternativas de abastecimento para nossos clientes e obter a participação de mercado necessária para otimizar os ativos de refino, equilibrando os mercados nacional e internacional", afirmou a empresa.

"Cientes da importância de nossos produtos para a sociedade brasileira, destacamos que, ao definir nossos preços, buscamos evitar a transferência da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao mesmo tempo em que preservamos um ambiente competitivo saudável, de acordo com a legislação vigente."

Fim da política de paridade internacional de preços na Petrobras

Essa declaração da Petrobras segue o fim da política de paridade internacional de preços da estatal, anunciada anteriormente.

Implementada durante o governo de Michel Temer (MDB), a paridade de importação de preços alinhava os preços locais aos preços internacionais, refletindo diretamente no mercado interno.

Desde a campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometia uma mudança nessa abordagem.

Conforme informado em um comunicado relevante da Petrobras, "os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando a transferência para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".

A "nova estratégia comercial da Petrobras", que entra em vigor hoje, conforme afirmado por Prates, utilizará duas referências de mercado: o custo alternativo do cliente, que será priorizado na precificação, e o valor marginal para a Petrobras.

Como explicado pela empresa, o custo alternativo do cliente "contempla as principais alternativas de abastecimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou substitutos", enquanto o valor marginal é baseado no "custo de oportunidade considerando as várias opções disponíveis para a empresa, incluindo produção, importação e exportação do produto em questão e/ou dos petróleos utilizados no refino".

Essa mudança na Petrobras trará mais flexibilidade para que a empresa possa praticar preços competitivos, aproveitando suas melhores condições de produção e logística, e competir no mercado com distribuidores e importadores de combustíveis no país.

"Não existe um dogma ou um preço de referência para todo o Brasil. O próprio PPI é uma abstração. O mercado brasileiro é diferente, com vários importadores", afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em um evento recente.

Segundo apuração da mídia, os agentes de mercado têm muitas dúvidas sobre o funcionamento dessa nova política na Petrobras, uma vez que o petróleo é uma commodity cujo preço varia conforme o mercado internacional.

O Brasil importa 30% do diesel que consome, e qualquer desalinhamento pode desestimular a importação do produto.